Abrir o armário e fugir de Nárnia pode parecer loucura para muitos, mas não é. Por muitas vezes abri a porta e me perguntei se era hora de sair, e um dia decidi que era. Então fugi do armário e corro hoje para não mais ter que viver escondido.
Mas como sair? Como saber qual é o momento certo de dizer ao mundo que você é feliz sendo diferente, sem medo de ser você mesmo, de ser gay? Não há regras, fórmulas, ou mesmo cartilhas que te ensinarão a viver, tomar decisões e a falar por si mesmo. Sair do armário é algo muito pessoal, apenas você pode decidir o momento certo para abrir a porta e correr para a felicidade, levar o boy para jantares em família, passar o final de semana com ele na casa de campo da vovó, sem ter medo de alguém desconfiar que você seja ‘diferente’, pois já saiu do armário e gritou para o mundo que você é você mesmo.
O que posso falar é: existem momentos e momentos, formas e formas para sair do armário. É necessário ser inteligente para sair de uma maneira que não aflija todos ao redor, nem que te prejudique, nem mesmo que prejudique aqueles que você ama. Primeiramente, é precisa conhecer muito bem as pessoas para quem você irá contar que é homo ou bissexual. Conhecendo bem as pessoas que receberão a notícia, metade do caminho já está andado.
Saber como e onde falar é o segundo passo. Descubra a melhor forma de contar, procure momentos calmos, espaços em comum na família, e fale. Comece usando metáforas para tentar dizer de forma sutil que você não é como Fulano (use como exemplo alguém hétero da família), que você não gosta disso ou daquilo, fale sobre o amor e como ele é importante, como ele pode existir de várias maneiras, e então abra o jogo. Esse momento é o mais difícil de todos, pois passarão inúmeras coisas na sua mente, você será bombardeado de emoções e sensações e poderá até pensar em desistir. Resista e fale.
O convívio, esse é o terceiro e último passo. Conviver de forma natural com o assunto é a melhor saída. Mostre que você não se transformou em outra pessoa só por ser gay, mostre que permanece sendo o mesmo filho, o mesmo irmão, e o mesmo neto. Lembre-se, ninguém tem o direito de decidir o que você deve ou não ser, isso quem decidirá é você. Seja autêntico, tenha coragem para mudar, força para fazer e sabedoria para argumentar. Seja você mesmo, e seja feliz.
Fonte: Sapatomica
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