Eles dizem que a descoberta pode levar a novos tratamentos para a
doença. Os dois homens foram infectados pelo vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV), um deles há 30 anos, mas nunca desenvolveram sintomas da
AIDS.
O vírus permaneceu em suas células do sistema imunológico, mas foi
inativado porque seu código genético tinha sido alterado, de acordo com
as pesquisas.
A mudança parecia estar ligada ao aumento da atividade de uma enzima denominada APOBEC, de acordo com as teorias.
A “cura espontânea” está provocando grande alvoroço entre os farmacêuticos especializados nos estudos de novas drogas: "O
trabalho abre caminhos terapêuticos para a cura, utilizando ou
estimulando esta enzima entre pacientes recém-infectados que têm uma
chance de cura espontânea", afirmou um comunicado.
O trabalho, publicado na revista Clinical Microbiology and Infection, foi realizado por cientistas do France’s Institute of Health and Medical Research (Inserm).
Saiba mais!
O HIV se replica por invadir as células imunológicas humanas CD4, que são reprogramadas para se tornar fábricas de vírus.
Um raro grupo de pessoas - menos de 1% das pessoas infectadas - são
naturalmente capazes de controlar a replicação viral e manter o vírus
em níveis indetectáveis, clinicamente falando.
Eles são conhecidos como "controladores de elite", mas o mecanismo pelo
qual eles mantêm o vírus sob controle permanece um completo mistério.
O grupo francês olhou para esses dois indivíduos, um homem de 57 anos
diagnosticado HIV positivo em 1985, e um de 23 anos de idade,
diagnosticado em 2011, e sequenciaram os genomas virais.
Embora eles tenham permanecido infectados, testes padrão não conseguiram detectar o vírus em amostras de sangue.
A equipe verificou que em ambos os casos, o vírus era incapaz de se
replicar em células do sistema imune devido a mutações no seu código
genético.
Os pesquisadores sugeriram que existe uma evolução espontânea entre os
seres humanos e o vírus, em um processo chamado “endogeneização”, onde
se acredita que o DNA humano tenha neutralizado o HIV em nossos
antepassados.
Um processo semelhante foi observado em uma população de coalas que tem
integrado um vírus semelhante à AIDS em seus genes, mas eles
conseguiram resistir e passar essa resistência aos seus descendentes.
"Propomos que a cura do HIV pode ocorrer através de endogeneização em seres humanos", declarou oficialmente a equipe.
"Estes
resultados sugerem que, sem estratégias terapêuticas e profiláticas,
após várias décadas de interação entre o HIV e milhões de mortes, é
provável que algumas pessoas possam neutralizar e transmitir esse poder
neutralizador para seus filhos”, acrescentaram.
Os pesquisadores acreditam que a interação do vírus HIV no corpo humano
é exatamente a chave para inativá-lo e encontrar a cura, estudando o
próprio genoma viral ao interagir com o genoma humano.
Não são os únicos!
Apesar dos dois pacientes apresentados na pesquisa terem os níveis
controlados de HIV no sangue, outros pacientes já foram considerados
curados.
Timothy
Ray Brown, é considerado o primeiro a ter sido curado, após receber um
transplante de medula óssea, em um tratamento contra leucemia.
Acredita-se que o doador da medula transmitiu sua resistência ao HIV.
Em uma outra pesquisa, um bebê que nasceu com HIV recebeu medicamentos
antirretrovirais durante 18 meses após o nascimento e foi declarado
curado, mas infelizmente o vírus voltou a atacar após algum tempo.
Fonte: Jornal Ciência
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