Em nossa sociedade heteronormativa cisgênera o modelo padrão de beleza masculina é ter um corpo másculo, aparência masculina e ser branco. Imagine pessoas que se percebem como homens, nasceram em um corpo feminino, e a partir de um tempo passaram a se hormonizarem. Alguns não terão como atender esse biótipo perfeito que é exigido de homens cisgêneros.
Existem homens trans que possuem quadris, e por mais exercícios que façam, não terá como eliminá-los, no máximo diminuí-los. Há outros casos que a hormonização é prejudicial à saúde, por isso não devem fazer. O problema é que ela ajuda, e muito, no desenvolvimento de pelos no corpo e no crescimento de barba e, sabe-se, esses são fatores que proporcionam uma aparência masculinizada.
Na impossibilidade de conseguir acesso a acompanhamento médico e a
hormônios, ou ter acesso a cirurgias, que são caras, é praticamente
impossível recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) porque a fila de
espera é gigantesca. Por isso, alguns acabam tomando medidas extremas,
como foi o caso de um homem trans que tentou suicídio por ser ‘gordo
demais’, no ano passado, e um outro ter dito a ele que jamais
conseguiria ter o corpo ‘masculino’.
Virilidade
O que mais refuta essa imagem viril que os homens trans devam lutar para tê-la é quando aparece a imagem do modelo Aydian Dowling, um homem transexual (à esq.). Na última edição da revista ‘FTM Magazine’ ele aparece nu recriando uma icônica foto do cantor Adam Levine. Apesar do grande número de compartilhamentos e elogios direcionados a Aydian, muitos homens trans brasileiros se posicionaram de forma crítica, questionando o fato de que somente os homens trans brancos e ‘sarados’ conquistam visibilidade.
Na contramão desse estereótipo/padrão de beleza existente, homens trans lançaram recentemente uma campanha no Facebook chamada #vaibrotardochão, em que aqueles homens trans que são gordinhos, afeminados, não binários ou diferentes do padrão masculina de beleza postaram fotos incluindo essa hashtag.
Se lutamos para ser contra o sistema heteronormativo cisgênero, por que então tentar reproduzi-lo em nossos corpos e comportamentos? Saiba que ser homem não é ser alguém incapaz de expressar sentimentos ou ficar o tempo todo reivindicando virilidade por ter um falo. E a capacidade de se ser forte e sensível ao mesmo tempo sem jamais perder a sua masculinidade.
A verdadeira beleza é ser homem trans e entender que não são as mudanças corpóreas que lhe proporcionam masculinidade, mas, sim, ter a capacidade de entender que várias transmasculinidades são possíveis e temos de lutar para todas serem aceitas em toda a sociedade.
por Luiz Fernando Uchôa
Virilidade
O que mais refuta essa imagem viril que os homens trans devam lutar para tê-la é quando aparece a imagem do modelo Aydian Dowling, um homem transexual (à esq.). Na última edição da revista ‘FTM Magazine’ ele aparece nu recriando uma icônica foto do cantor Adam Levine. Apesar do grande número de compartilhamentos e elogios direcionados a Aydian, muitos homens trans brasileiros se posicionaram de forma crítica, questionando o fato de que somente os homens trans brancos e ‘sarados’ conquistam visibilidade.
Na contramão desse estereótipo/padrão de beleza existente, homens trans lançaram recentemente uma campanha no Facebook chamada #vaibrotardochão, em que aqueles homens trans que são gordinhos, afeminados, não binários ou diferentes do padrão masculina de beleza postaram fotos incluindo essa hashtag.
Se lutamos para ser contra o sistema heteronormativo cisgênero, por que então tentar reproduzi-lo em nossos corpos e comportamentos? Saiba que ser homem não é ser alguém incapaz de expressar sentimentos ou ficar o tempo todo reivindicando virilidade por ter um falo. E a capacidade de se ser forte e sensível ao mesmo tempo sem jamais perder a sua masculinidade.
A verdadeira beleza é ser homem trans e entender que não são as mudanças corpóreas que lhe proporcionam masculinidade, mas, sim, ter a capacidade de entender que várias transmasculinidades são possíveis e temos de lutar para todas serem aceitas em toda a sociedade.
por Luiz Fernando Uchôa
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