Filmagem mostra momento de ataque homofóbico em São Bernardo do Campo.


Há alguns dias, Rodrigo Mariano Miguel, vítima de um atentado homofóbico que quase o deixou paraplégico, deu seu relato sobre o caso. Hoje, o vídeo do momento de agressão foi divulgado pelo site ABCD Maior. Assista abaixo.


Veja um trecho da reportagem divulgada pelo site ABCD Maior.
 
“Na cabeça de Wanderson Pacheco de Oliveira, se você é gay, merece uma facada nas costas. Com essa motivação, ele quase tirou a vida do engenheiro elétrico Rodrigo Mariano Miguel, 33 anos, na semana passada. O crime ocorreu em condomínio no Bairro Assunção, São Bernardo. Os dois moravam em apartamentos vizinhos, mas o fato de Rodrigo ser homossexual provocou uma raiva incontrolada em Oliveira, que desde novembro vinha provocando o engenheiro. Câmeras do prédio registraram a agressão.
 
Na tarde de terça-feira (10/03), Rodrigo voltava do mercado com compras. Ao parar na porta do elevador do prédio em que mora, sentiu um ataque forte na altura da nuca. Uma fisgada tirou as forças das pernas. Quando olhou para trás, o autor da punhalada estava com olhos fixos nele. “Ele disse: isso é para você aprender a nunca mais olhar para um homem de verdade. E agora você vai morrer”, descreveu Rodrigo, que teve alta nesta segunda-feira (16/03) no PS Central de São Bernardo. Antes do ataque, ele estava à procura de emprego.
 
Quase ficou paraplégico – Rodrigo passou por cirurgia e os médicos avaliaram que, por pouco, não ficou paraplégico. Por três meses, deve evitar qualquer tipo de exercício, além de ter de usar colar cervical. “Estou com muitas dores, impedido de me locomover, moro sozinho e sei que vou enfrentar semanas de sofrimento. Enquanto isso, o Wanderson está livre”, criticou o engenheiro, que foi levado às pressas para o PS pelo Samu. O agressor foi encaminhado à delegacia. Lá, o boletim foi registrado como “lesão corporal”. Oliveira foi liberado no dia seguinte.
 
As desavenças começaram em novembro. O agressor morava com a companheira Adriana Ferreira da Costa, e a vizinhança do condomínio relatou que várias vezes o casal brigava. Sem emprego há mais de um ano, Oliveira passava o dia jogando videogame. As poucas vezes que usava a área comum do prédio, provocava Rodrigo. “Me chamava de viadinho, bichinha. Fui tirar satisfação com ele e até registrei B.O.”, lembrou Rodrigo. “Mas naquele dia (terça passada) ele estava estranho. Ficou a tarde sentado no playground, onde nunca ficava. Quando passei, me fuzilou com os olhos.”
 
De acordo com Rodrigo, Oliveira e Adriana chegaram a brigar momentos antes da agressão. “Assim que passei pelo casal, ela perguntou se era isso que ele queria fazer. Ele disse que sim. Foi quando veio em minha direção e me acertou.” As câmeras de segurança gravaram o momento da agressão. A reportagem do ABCD MAIOR teve acesso às imagens. Parte delas pode ser conferida em www.abcdmaior.com.br.
O apartamento do casal está desocupado. Ninguém sabe o paradeiro de Oliveira ou da companheira. Conforme vizinhos, os dois se mudaram na última quarta-feira (11) sem deixar telefones de contato. O agressor pode ter ido para o Rio de Janeiro.”



Posicionamento da ONG ABCD’S sobre o caso.
 
A ONG ABCD’S já está providenciando todo o suporte para ajudar Rodrigo a superar este episódio. A vítima já está sendo acompanhada pela advogada da ONG ABCD’S, Cristiane Leandro de Novaes, que é responsável pelo caso.
 
Será solicitado um aditamento do boletim de ocorrência, isso porque constou lesão corporal dolosa no BO e o correto seria constar tentativa de homicídio e crime de homofobia. Também vamos nos reunir com o Ministério Público nas próximas semanas para falar sobre esse e outros casos. Também vai ser fornecido suporte psicológico pós traumático de ataque homofóbico, para o Rodrigo que vai ser acompanhado, pela Psicologa Adriana Nogueira.
 
A ONG ABCD’S volta a cobrar por políticas públicas afirmativas direcionadas à população LGBT no Grande ABC, onde não existe uma coordenadoria LGBT, que deveria ser composta por pessoas da população LGBT de cada cidade nas quais esta deveria ser implantada. Deveria existir uma delegacia direcionada aos crimes de intolerância.
 
A ONG ABCD’S continua lutando pela ampliação do DECRADI (DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS E DELITOS DE INTOLERÂNCIA).

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