Namorar uma pessoa assexual é possível?


Muito mais que uma forma de reprodução, o sexo é encarado como uma variável para medir a qualidade de vida das pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas e o indivíduo assexual, por exemplo, que não possui desejo sexual, como fica?
Será que conseguimos nos relacionar afetivamente mesmo sem transar? O assunto é polêmico, extremamente pertinente e vamos abrir a roda para discussão agora!

Assexualidade na mira

Ao contrário do que muitos podem imaginar, sim, é possível. Afinal, assexualidade é o status de uma orientação sexual para a falta de interesse por sexo. Ela não impede, portanto, que algumas pessoas assim reconhecidas sintam necessidade de carinho e desejem namorar e até casar.
Algumas, até mesmo, se definem como heterossexuais ou homossexuais, de acordo com o tipo de parceiros que preferem. No entanto, outras não só não transam, como também não andam de mãos dadas e refutam qualquer contato mais próximo, como beijo na boca.
A ressignificação da falta de desejo sexual é algo relativamente novo. Até pouco tempo, o assunto era tratado pela ciência como transtorno psicológico ou fisiológico. A história começou a mudar com o surgimento das comunidades online de assexuais nos Estados Unidos, com destaque, principalmente, para a Asexual Visibility and Education Network (Aven), criada em 2001.

A pluralidade do indivíduo assexual

Diversos estudos sobre o tema estão sendo desenvolvidos e, no Brasil, não seria diferente. Uma tese de doutorado da Universidade de São Paulo (USP), de 2014, investigou a construção social das assexualidades na internet e na escola.
A pesquisadora Elisabete Baptista de Oliveira ouviu 40 pessoas autoidentificadas como assexuais e encontrou resultados plurais. Alguns entrevistados declararam não ter interesse em parcerias românticas. Um número determinado de mulheres e um menor de homens até espera criar relacionamentos amorosos, mas possui receio em nunca encontrar alguém que aceite uma vida sem sexo.
Outros participantes, em especial um jovem transexual, declararam-se arromânticos, por não demostrar, de fato, um desejo pela formação de parcerias amorosas, ou por perceber a baixa probabilidade de encontrar alguém que aceite viver um romance dentro dos padrões da assexualidade.
O estudo também mostrou que a apropriação desse conceito é feita de formas distintas e em diferentes graus. Muitos são totalmente representados por sua identidade assexual. Alguns, parcialmente. Outros, ainda, somente se sentem contemplados em alguns aspectos. E há quem simplesmente prefira não rotular a sua orientação.
Segundo a Aven, aproximadamente 1% da população britânica seria assexual, mesmo que (ainda) não se defina assim. No Brasil, não há nenhum levantamento a esse respeito. Em 2010, no entanto, o Datafolha perguntou o grau de interesse sobre sexo da população e 7% dos entrevistados responderam que não existe qualquer afeição pelo assunto.


Fonte: Superpride 
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